Nosso perfeito sacerdote

 

“este, no entanto, porque continua para sempre, tem o seu sacerdócio imutável.” (Hb.7.24)

 

Jesus não nasceu da tribo de Levi, consagrada a todo serviço cúltico, principalmente sacerdotal. Mesmo assim, segundo a vontade do Pai, Cristo foi feito Sumo Sacerdote, herdeiro de um sacerdócio anterior a Levi, o sacerdócio de Melquisedeque (Gn.14). E, assim, temos para sempre o Filho de Deus ao lado do Pai, exercendo esse ofício com amor, integridade e dedicação. Vivendo para interceder por todo o seu povo (Hb.7.25).

Desde a criação de Adão, o homem tem a necessidade de um sacerdote. Uma vez que Deus é espírito, não tem forma nem matéria, é necessário que alguém cumpra o papel de mediador. Por isso, Cristo aparece no jardim para Adão e Eva, após a queda deles (Gn.3.8). O sacerdote representa Deus entre os homens e fala em nome dos homens na presença de Deus. Um mediador unindo o Criador e suas criaturas.

Com a entrada do pecado no mundo, o exercício do sacerdócio tornou-se mais profundo. Com o pecado, o homem tornou-se rebelde, desobediente, injusto. E, diante disso, Deus passou a estar irado contra o pecador, sua criatura. Então, para unir novamente o homem a Deus, seria necessário, primeiro, purifica-lo completamente, pagando a dívida da injustiça e tirando toda impureza do pecado.

Nosso eterno sacerdote não hesitou em fazer o que era necessário para aproximar o homem de seu Criador. O Filho de Deus aceitou a extraordinária missão de oferecer a si mesmo como sacrifício em lugar do pecador. E, tendo feito, enviou o Espírito Santo com o propósito de operar no coração corrupto do homem para tirar todo pecado, santificando-o durante toda a jornada de sua vida.

Agora, tendo realizado o pagamento da dívida, Jesus permanece na presença do Pai, intercedendo por nós continuamente. Através de Cristo somos abençoados e podemos falar com Deus, buscar seu favor e receber seu amor em cada detalhe de nossa vida. Tudo isso, porque nosso eterno sacerdote não desistiu do nós quando Adão pecou. Sua fidelidade ao ofício determinado pelo Pai, alcançou para nós uma grande bênção e para sempre viveremos na presença de Deus, através de Jesus Cristo nosso Senhor e Salvador.

 

Pleno Deus-Homem

 

“pois, naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados.” (Hb.2.18)

 

Como é viver em um mundo de pecadores? Você deveria responder: é continuamente terrível, pois, para onde olho, o pecado está presente corrompendo tudo. Contudo, muitas vezes você caiu na sedução do pecado, deixando-se levar pelas tentações e, assim, aquilo que é horrendo tornou-se agradável ao seu coração pecador. Essa é a condição mais triste em que alguém pode se encontrar.

Para nos salvar disso, o Filho de Deus se tornou um de nós! Isso significa que Jesus é 100% Deus e 100% homem, o perfeito mediador entre Deus e os homens, poderoso para Salvar os pecadores e totalmente empático, disposto a socorrer todo aquele que o busca. A plena divindade e humanidade de Cristo o tornam nosso perfeito Salvador.

Mas, para ser empático a nossos sofrimentos e tentações, Jesus não precisou ser um pecador. Sua empatia encontra-se em ter sido tentado, assim como somos tentados, pois Ele viveu entre os pecadores o tempo inteiro e, ainda, foi assediado por Satanás à semelhança de Adão (Mt.4). Cristo nunca se deleitava no pecado, então seu viver foi marcado pela angústia; um Santo entre pecadores.

E mesmo não sendo pecador, não tendo um coração inclinado a todo mal, Jesus reconheceu a dificuldade de lutar contra as tentações (Mt.16.22-23; 17.17; 26.41-42), tanto em momentos amenos quanto no mais profundo vale da sombra da morte, quando estava diante da crucificação. Por onde Ele fosse, encontrava tentações de um mundo que jaz no maligno.

Portanto, Jesus sabe muito bem como é difícil viver. Ele conhece as lutas que passamos, pois Ele é o Deus onisciente e o homem sofredor. Jesus conhece o mais profundo de nosso coração e, ainda, nos diz: Eu sei o que é viver nesse mundo. Cristo nos compreende perfeitamente e, com sua graciosa empatia, se dispõe a nos socorrer no dia a dia.

Então, sempre que as lutas ficarem difíceis, lembre-se que nosso Salvador é Deus e homem. Ele é poderoso para ajudar você e está disposto a socorrê-lo, em suas mais profundas lutas contra o mal.

 

Imite a Deus trabalhando

 

“não servindo à vista, como para agradar a homens, mas como servos de Cristo, fazendo, de coração, a vontade de Deus” (Ef.6.6)

 

O Senhor é Deus que trabalha e tudo quanto Ele faz é belo, bem-feito e bom. E se você tiver alguma dúvida disso, olhe para as obras dEle a seu redor, pois tudo o que existe foi criado pelo poder de sua Palavra. E mesmo tendo terminado sua criação no sexto dia, o Senhor continua trabalhando “para aquele que nEle espera” (Is.64.4).

Desse modo, temos no próprio Deus o perfeito modelo de trabalhador. Jesus disse: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (Jo.5.17). E quando olhavam para o trabalho do Senhor Jesus, “as multidões ficavam maravilhadas” (Mt.7.28) e diziam: “Tudo ele tem feito esplendidamente bem; não somente faz ouvir os surdos, como falar os mudos” (Mc.7.37).

Trabalhar é imitar a Deus, pois por meio do trabalho nós criamos novas coisas, restauramos as coisas velhas, abençoamos às pessoas a quem servimos e providenciamos o sustento para a sociedade. Tudo isso, porque fomos feitos à imagem e semelhança de Deus. E quando somos fiéis em nosso trabalho, fazendo tudo com amor, dedicação, integridade e zelo, glorificamos Àquele que nos criou.

Todavia, não podemos ignorar que o pecado contaminou tudo, inclusive o trabalho. Por isso, algumas pessoas são preguiçosas e outras são ambiciosas. Alguns trabalham desonestamente e outros exploram os mais fracos. Por causa do pecado, as pessoas desonram a Deus naquilo que o próprio Deus lhes deu para serem bênçãos.

Então, quando alguém não trabalha corretamente ele está desonrando a Deus. E o cristão não pode fazer isso, pois Cristo trabalhou duro para restaurar a imagem divina no homem. Assim, aqueles que estão em Cristo são capacitados pelo Espírito Santo a lutar contra o pecado, a fim de que trabalhem dignamente, honrando ao Senhor que lhes confiou a criação para cuidarem dela. 

Portanto, olhe para o trabalho como algo bom e divino, um meio pelo qual você pode imitar a Deus. Então, faça sempre o melhor, com pureza e amor. E assim, as pessoas serão conduzidas ao Criador que graciosamente trabalha por sua criação, em Cristo Jesus.

 

Agrada-te do Senhor

 

“Agrada-te do SENHOR, e ele satisfará os desejos do teu coração” (Sl.37.4)

 

Você já observou que as pessoas querem sempre receber, mas pouco querem fazer pelo outro? Isso está tão impregnado no coração do pecador que é visto na relação com Deus. A grande maioria das pessoas busca ao Senhor apenas para receber dEle aquilo que deseja ou precisa. Mas, poucos realmente andam com Deus, alegrando o Senhor.

O Salmo 37 tem confortado e motivado muitas pessoas pelo mundo, principalmente nos dias difíceis. Elas leem o Salmo e pensam: Deus prometeu que tudo o que eu pedi, me dará. Mas, há algo no Salmo que precisa ser observado de perto. Davi nos diz que para recebermos do Senhor suas bênçãos é preciso ter toda alegria nEle. Ou seja, somente aqueles que agradam a Deus merecem algo do Senhor, pois Deus conhece o coração de todo homem.

Logo, podemos afirmar que o salmo 37 não promete que Deus dará a qualquer pessoa tudo o que ela pedir. O critério para isso é muito alto e nenhuma pessoa consegue satisfazer, a não ser Cristo. Quando Jesus foi batizado, o Pai disse, dos céus: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.” (Mt.3.17). Jesus foi o único a dar plena alegria a Deus, pois só Cristo amou ao Senhor de todo seu coração e fez toda a vontade divina.

Por isso, tudo o que Cristo pede ao Pai, o Pai lhe concede. E, assim, o Salmo 37 se cumpre perfeitamente no Filho de Deus. E você, consegue amar a Deus de todo seu coração? Você consegue viver apenas para agradar a Deus? Eu sei que não. Seu coração é egoísta e o maior propósito de sua vida é satisfazer a si mesmo. Então, como você alcançará o favor de Deus, sem agradar a Deus?

Nesse momento, Deus manifesta duplamente sua graça para nós. Jesus nos convida a sermos um com Ele, de modo que Ele comunica a nós sua justiça, a fim de que também sejamos agradáveis a Deus. Assim, Deus vê em nós a glória de Jesus e nos recebe com satisfação. E para que consigamos viver uma vida em amor, glorificando ao Senhor, o Espírito Santo opera em nosso coração para que todo nosso ser seja purificado. Então, somos capacitados a viver inteiramente para a glória de Deus, orando como o agrada.

 

Amor de amigo

 

“Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos.” (Jo.15.13)

 

Como deve ser a vida de um cristão? A resposta é simples, mas profunda: semelhante à vida de Cristo. Ser cristão significa ser seguidor de Cristo, não somente de sua doutrina, mas, sobretudo, de sua prática que é a aplicação da doutrina ao dia a dia.

É fácil conhecer a sã doutrina. Basta estudar um pouco a Bíblia, fazendo uso das ferramentas hermenêuticas, corretamente. Mas, aplicar a Palavra de Deus à própria vida requer algo extraordinário: a operação do Espírito Santo no coração do pecador.

E a própria Bíblia nos oferece exemplo disso: os fariseus eram ortodoxos e conhecedores da Bíblia, mas Jesus disse acerca deles: “Fazei e guardai, pois, tudo quanto eles vos disserem, porém não os imiteis nas suas obras; porque dizem e não fazem.” (Mt.23.3). O apóstolo Paulo reconheceu que fora um religioso profundo conhecedor da religião, mas sua vida estava longe de Deus (Gl.1.13).

A ortodoxia do século XXI entrou por um caminho errado. Muitos cristãos estão se tornando fariseus de nossos dias. Eles conhecem a Verdade, mas não conseguem ver quão longe estão da aplicação mais fundamental da Verdade: O amor. Como disse o apóstolo Paulo: “Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei” (1Co.13.2).

Você conhece as doutrinas bíblicas? Que bênção! Mas, você está aplicando-as a sua própria vida? Orgulhar-se de si mesmo e desprezar os outros não é uma aplicação de qualquer doutrina cristã. Mas, essa está tornando-se a prática mais comum da ortodoxia atual. Muito semelhante aos fariseus e totalmente distante da prática de Jesus que acolhia os pecadores que iam para Ele.

O Filho de Deus chama seus discípulos de amigos e diz que o verdadeiro amigo é aquele que dá a vida pelo outro. Se você quer seguir os passos de Cristo, ame como Ele amou, pois, para amar, não é preciso ser doutor, mas é necessário ter o Espírito de Deus operando profundamente em seu coração, a fim de aplicar toda a Palavra do Senhor em seu dia a dia cristão.

 

Participe do regozijo

 

“Ouviram os seus vizinhos e parentes que o Senhor usara de grande misericórdia para com ela e participaram do seu regozijo” (Lc.1.58)

 

À semelhança de Sara, Isabel (esposa de Zacarias) teve João Batista sendo idosa e estéril. Não podemos mensurar a profundidade e imensidão da alegria dessa mulher ao dar à luz um filho, João Batista. E maior ainda foi sua alegria ao saber que seu filho seria um grande profeta de Deus que precederia o Salvador.

E Isabel não se alegrou sozinha. Lucas nos conta que os vizinhos e parentes “participaram do seu regozijo”, construindo um cenário singelo e cheio de beleza. Deus estava preparando tudo para a chegada de seu Filho, Jesus Cristo, e a presença do Espírito Santo na vida da família de Zacarias formou uma atmosfera de graça e amor.

Você se alegra com a alegria dos irmãos? E você é empático, procurando confortar aqueles que passam por lutas? O ensino bíblico é: “Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram” (Rm.12.15). Há dois pecados que impedem as pessoas de se alegrar com as bênçãos de Deus sobre o próximo e se compadecer das aflições do irmão: Inveja e Egoísmo.

Inveja é não ter prazer na bem-aventurança do outro. Foi por causa de inveja que Caim matou Abel, pois Deus se agradou de seu irmão (Gn.4.8). Também, foi por causa de inveja que os fariseus entregaram Jesus para ser morto (Mt.27.18). Portanto, a inveja é um pecado terrível que torna homens em assassinos. Logo, em vez de inveja, você deve ter amor em seu coração, alegrando-se com as bênçãos de Deus sobre o próximo.

Egoísmo é o vício do ensimesmamento. Ou seja, ser egoísta é olhar somente para si e querer o bem apenas para si, não se importando com o estado em que se encontra o outro. Então, a falta de empatia decorre do egoísmo do pecador. E o egoísmo também é o oposto do amor. Portanto, o cristão não pode ser egoísta. Antes, deve se preocupar com o próximo. Assim, quando seu irmão estiver sofrendo, apresente o ombro amigo para que possa chorar. E quando ele precisar de ajuda, não meça esforços para ser um instrumento de Deus, a fim de mostrar o amor do Senhor para ele.

 

Em Cristo e para Cristo

 

“Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas” (Hb.1.3)

 

É bastante comum as pessoas acharem que a vida gira ao redor delas. A criança acha que o pai e a mãe deve fazer todos os gostos dela. O cliente acha que tem sempre razão. Os poderosos pensam que podem fazer o que quiserem. E você reclama da vida, porque acha que ela deveria ser do seu jeito. Por isso, até Deus é, tantas vezes, tratado como mordomo de cristãos.

Essa tão comum ideia, que nasce com todo pecador, é bastante nociva para você. O egocentrismo humano gera frustrações, pois as pessoas estão sempre esperando grandes coisas para si mesmas. O narcisismo, síndrome do pecador, faz as pessoas olharem só para si, ignorando o que deveriam ser para o outro. E o humanismo ignora que nós giramos em torno do sol, não o sol em torno da Terra.

Então, preciso perguntar: Você já pensou que a vida não gira ao seu redor? Você já pensou que o significado de sua vida não está naquilo que é feito para você, mas no que você deve fazer pelo outro? Portanto, a pergunta que toda pessoa deveria fazer é: Qual o propósito de minha vida? Você ouvirá a Palavra de Deus dizer: “Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Rm.11.36).

Logo, saia da frente do espelho, feche os olhos, eleve-os aos céus e medite na Palavra do Senhor, que diz: Cristo é o propósito de sua vida, pois “tudo foi criado por meio dEle e para Ele” (Cl.1.16). Cristo criou todas as coisas (Jo.1.3); Cristo sustenta toda a criação (Hb.1.3); Cristo redimiu todo o seu povo (Rm.8.19); e, Cristo voltará para restaurar tudo (Ap.21.1).

Esse é o significado de sua vida: ser eternamente feliz em Cristo. E, para isso, você precisará viver em Cristo, com Cristo e para Cristo. Você tem vivido assim? Então, repense sua vida. Você só se sentirá completo quando realmente estiver girando em torno de Cristo. Desse modo, a graça do Senhor bastará para fazer você feliz.